. Suco Pancreático: Síntese e Controle da Secreção de Bicarbonato Síntese de Bicarbonato nas Células Ductais Pancreáticas As células que revestem os ductos pancreáticos são responsáveis por secretar uma solução aquosa rica em bicarbonato (HCO 3 − ), essencial para neutralizar o quimo ácido vindo do estômago. O CO 2 do sangue difunde-se para dentro da célula ductal. A enzima anidrase carbônica catalisa a reação do CO 2 com a água (H 2 O), formando ácido carbônico (H 2 CO 3 ). O ácido carbônico se dissocia em íon hidrogênio (H + ) e íon bicarbonato (HCO 3 − ). O HCO 3 − é secretado ativamente para o lúmen do ducto pancreático através de um trocador Cl − /HCO 3 − localizado na membrana apical (voltada para o lúmen). Para que esse trocador funcione, o cloreto (Cl − ) precisa ser reciclado para o lúmen. Isso é feito pelo canal de cloreto CFTR (Regulador de Condutância Transmembrana da Fibrose Cística). A disfunção deste canal é a causa da fibrose cística. O íon H + produzido é transportado para o sangue, na membrana basolateral, em troca de Na + . Mecanismos de Controle da Secreção de Bicarbonato A secreção de bicarbonato é controlada principalmente por hormônios, com modulação neural. Secretina: Este é o principal e mais potente estímulo. Quando o quimo ácido (pH < 4,5) entra no duodeno, as células S da mucosa duodenal liberam secretina na corrente sanguínea. A secretina atua diretamente sobre as células ductais pancreáticas, estimulando massivamente a secreção de um grande volume de suco rico em bicarbonato. Colecistoquinina (CCK): Embora o principal papel da CCK seja estimular as células acinares a liberar enzimas digestivas, ela também potencializa o efeito da secretina sobre as células ductais, aumentando a resposta secretora de bicarbonato. Acetilcolina (ACh): A estimulação parassimpática (vagal), que ocorre nas fases cefálica e gástrica, também potencializa a ação da secretina, preparando o pâncreas para a chegada do alimento.
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